trabalho x satisfação pessoal

Finalizar um trabalho difícil sempre é bom, dá aquela sensação de 'me f*di, mas valeu a pena', sabe? Sou jornalista e coordenadora de conteúdo de uma entidade religiosa. Essa entidade, bem tradicional, possui uma revista bimestral. Até ano passado ela era mensal, mas consegui convencer a diretoria de que não tínhamos conteúdo para, todo mês, lançar uma publicação com qualidade. Oras, não adianta eu 'pagar de única entidade com revista mensal', se a tal revista não traz nada de novo ou interessante, né?

Daí que desde o início do ano estamos com uma nova proposta editorial que, até agora, tem agradado. Fico feliz com os comentários e elogios, mas fico chateada por saber que poderíamos fazer muito mais, se não fosse a pressão para agradar uns e outros e a interferência de um alto escalão na produção da revista.

Claro que não escrevo 'sob a orientação' de ninguém, mas ter uma pessoa no seu pescoço perguntando diariamente se as coisas estão a caminho é bastante broxante. Parece que a pessoa não confia, sabe? Que ela precisa se certificar que eu não farei nenhuma besteira. Péééssimo.

Gosto muito de trabalhar nessa entidade. As pessoas com as quais trabalho (no dia-a-dia) são ótimas e o tipo de trabalho que realizo é o que sempre quis fazer como jornalista. Sei que não existe emprego perfeito, mas a questão do 'profissionalismo' sempre pesou muito pra mim. Gosto de trabalhar com bons profissionais, com pessoas com quem posso trocar ideias e ser ouvida. Com quem entende do que está falando. Mas nunca tive essa chance.

Fiz um balanço mental e percebi que sempre lidei com chefes que tinham dinheiro e nenhum conhecimento. Já tive chefes escravocratas, sociapatas, alucinados e malucos. E todos tinham a mesma questão em comum: não entendiam nada (ou quase nada) da área que atuavam. Claro que nunca dava certo: eu falava que 'x' era o correto, e pessoa vinha com: não importa, quero 'y' porque dá mais lucro.

Tô começando a achar que a errada sou eu, que espero demais do trabalho. Devia fazer como uma moça que trabalha no financeiro da entidade onde estou: ela enxerga o emprego como um meio de conseguir dinheiro para pagar as contas. Nada interfere na vida pessoal dela, que chega e sai pontualmente, que não espera da empresa nada além do seu salário.

Vou pensar mais nesse exemplo. Talvez esteja direcionando minha vida pro lado errado. Talvez trabalhar não seja nada além de conseguir dinheiro para ter conforto e acesso à saúde, educação e lazer. Aquela coisa de 'trabalhar para viver e não viver para trabalhar' nunca fez tanto sentido pra mim.

1 comentários:

Anelise Ribeiro Veiga disse...

Ai fofinha, eu entendo como se sente. Mas é preciso diminuir mesmo as expectativas, pq se não a gente se frustra. Sinto muito fofinha!Mas essas situações servem pra gente parar e repensar muitas coisas.... momentos de reflexão. beijos, Ane

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