Já falei isso quatrocentas milhões de vezes, mas sempre que falo percebo como essa afirmação é importante pra mim: "fazer terapia foi a melhor decisão que tomei". Às vezes a gente acaba se acostumando com a dor, incorporando ela à nossa rotina. E até se esquece de como é melhor viver ser pesos, sem culpas, sem medos.
Meu processo teve início com a morte da minha mãe, há quase um ano atrás. Só quem já perdeu a mãe sabe o que isso significa. No meu caso, a situação foi agravada por uma doença extremamente cruel, que a levou aos poucos durante dois longos anos. Somado a uma condição financeira não muito favorável, o cenário foi bastante complicado.
Pra deixar tudo ainda mais ao estilo Manoel Carlos, a relação que tive com ela não era das mais saudáveis. Ela tinha muitas expectativas quanto a mim, a maioria delas ligada a necessidade que ela tinha que eu fosse uma extensão dela, que agisse e pensasse como ela. Me recusei a não ser eu mesma e acabei sendo, pra ela, uma grande decepção. Eu tentava e tentava agradá-la, mas nunca era suficiente.
Mas quer saber? Me orgulho das decisões que tomei e acredito mesmo que, no final, valeu a pena passar por tudo isso. Me fez um ser humano melhor. Sinceramente, se tivesse cedido à pressão que ela fazia, poderia até ter sua admiração, mas não seria eu mesma, não seria uma pessoa feliz.
A questão toda é que, apesar de conscientemente estar orgulhosa das minhas decisões, ainda tenho que administrar a culpa que acaba me tomando de assalto e me tirando o sono vez ou outra. Um sentimento irreal de que ela morreu e eu nem consegui ser uma 'boa filha' (segundo a opinião dela). Como se eu tivesse alguma responsabilidade pela doença ou por ela não saber lidar com as próprias expectativas.
Demorou mas estou conseguindo me olhar com mais orgulho e dar menos atenção ao que as pessoas pensam sobre a minha vida. Aprender sobre si mesmo dói, mas a sensação é sem igual.
Meu processo teve início com a morte da minha mãe, há quase um ano atrás. Só quem já perdeu a mãe sabe o que isso significa. No meu caso, a situação foi agravada por uma doença extremamente cruel, que a levou aos poucos durante dois longos anos. Somado a uma condição financeira não muito favorável, o cenário foi bastante complicado.
Pra deixar tudo ainda mais ao estilo Manoel Carlos, a relação que tive com ela não era das mais saudáveis. Ela tinha muitas expectativas quanto a mim, a maioria delas ligada a necessidade que ela tinha que eu fosse uma extensão dela, que agisse e pensasse como ela. Me recusei a não ser eu mesma e acabei sendo, pra ela, uma grande decepção. Eu tentava e tentava agradá-la, mas nunca era suficiente.
Mas quer saber? Me orgulho das decisões que tomei e acredito mesmo que, no final, valeu a pena passar por tudo isso. Me fez um ser humano melhor. Sinceramente, se tivesse cedido à pressão que ela fazia, poderia até ter sua admiração, mas não seria eu mesma, não seria uma pessoa feliz.
A questão toda é que, apesar de conscientemente estar orgulhosa das minhas decisões, ainda tenho que administrar a culpa que acaba me tomando de assalto e me tirando o sono vez ou outra. Um sentimento irreal de que ela morreu e eu nem consegui ser uma 'boa filha' (segundo a opinião dela). Como se eu tivesse alguma responsabilidade pela doença ou por ela não saber lidar com as próprias expectativas.
Demorou mas estou conseguindo me olhar com mais orgulho e dar menos atenção ao que as pessoas pensam sobre a minha vida. Aprender sobre si mesmo dói, mas a sensação é sem igual.

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