what if I say I'm not like the others

Tenho ouvido muito Foo Fighters.
Às vezes, quando gostaria de gritar mas não posso, a voz do Dave Grohl grita por mim.


Fala se não dá vontade de berrar o refrão pro mundo?

winter is coming

Ontem assisti o último episódio da primeira temporada de Game of Thrones, série da HBO. Comecei a ler os livros antes de saber que haveria uma série e me apaixonei pela história e personagens.

A história se passa em Westeros, terra que é composta de sete subreinos "fiéis" a um único rei, que ocupa o lendário Trono de Ferro. Em Westeros as estações podem durar anos e até décadas, e um inverno de 40 anos está para chegar. A história se foca no conflito de duas famílias, os Stark e os Lannisters, pelo controle do reino.

Achei na internet um ótimo trecho sobre a inevitável comparação com O Senhor dos Aneis: "Em Game of Thrones, não há um povo inocente e mocinho como os Hobbits. O herói decapita inocentes; a rainha é uma traidora; o rei é um bêbado escroto; os bárbaros apesar de usarem delineador são praticamente Orcs; o anão não é apenas um mau-humorado piadista e sim um dos melhores personagens; e os descendentes dos dragões ainda vivem."

Tenho dois personagens favoritos (por enquanto): Daenerys Targaryen e Jon Snow.

Dany é a última sobrevivente da sua família, que foi assassinada quando o rei Robert Baratheon depôs seu pai, que era conhecido por sua alegria em queimar vivos os seus inimigos. O símbolo da casa Targaryen é um dragão e seu lema é 'Fogo e Sangue'.

A Casa Targaryen é uma família nobre e que viveu por séculos na ilha de Pedra do Dragão até que Aegon Targaryen e suas irmãs partiram com seus dragões para conquistar os Sete Reinos. Sim. Dragões (adóuro!)

Já Jon Snow é mesmo um coitado. Bastardo do patriarca Stark, Eddard Stark, sofre horrores ao ser 'acolhido' pela família do pai. Decide se juntar à Patrulha da Noite, cujos membros têm uma vida dura ao proteger a Grande Muralha que separa os Sete Reinos das chamadas terra sem lei. Ao 'vestir o negro', ele tem que abrir mão de sua família (tem uma boa relação com os meio-irmãos, ao contrário da péssima relação com a 'madrasta') e amigos. Possui bons princípios e é justo e leal. É, é, sou fã de um bom 'coxinha'.

Os Stark formam a principal casa nobre do Norte e sua morada é Winterfell. Tem por insígnia um lobo gigante cinza sobre um fundo branco e seu lema é "O Inverno está chegando".

O autor dos livros e os principais personagens estiveram na última edição da Comic Con (sonho de toda uma vida!). No painel da série, foi exibido o vídeo abaixo, que é um super resumão da primeira temporada.



esmalte da semana


ps. incluí também minha pequena alegria de hoje: Ades de Uva do Phineas e Ferb

to think about

being wonderful


"I'm not interested in money. I just want to be wonderful." Marilyn Monroe

rudeness and humiliation

Poucas coisas me tiram do sério. Talvez grosseria seja a que mais me afete. Porque ela não termina nela mesma. Ela gera humilhação e desconforto.

Uma pessoa que recebe um grito ou um desaforo também é desmoralizada. Ainda mais quando a 'cena' acontece com plateia - o que é bem comum, uma vez que os canalhas que gostam de falar mais alto normalmente adoram mostrar ao mundo o momento que inferioriza outra pessoa.

Na maioria das situações, o grosseiro age assim porque precisa direcionar suas frustrações para outra pessoa. Ele não admite se sentir fraco ou com medo. Precisa ver outras pessoas nessas situações para tentar amenizar a própria inferioridade ou infelicidade.

Acabei de passar por essa situação. Alguém que achou que a mão no meu rosto me impediria de falar, que uma porta fechada faria com que ele não me escutasse. Taí outra ponto interessante: o grosseiro, em geral, não quer escutar. Não importa o que a outra pessoa tem a dizer. O que ele quer falar vale muito mais. Ele vale muito mais.

Me fiz escutar. Ele pode ter tentado me fazer calar, mas vai acabar, de qualquer forma, ouvindo o que eu tinha a dizer assim que for informado, por seu coordenador, sobre a advertência ou suspensão que lhe será aplicada.

O sentimento de humilhação está indo embora, mas a decepção ainda fica. Mas aí eu sou a responsável: fui eu que presumi que tal pessoa teria educação. Ele nunca assumiu esse papel. Pelo menos hipócrita ele não é. A ignorância, nesse caso, foi minha mesmo.

places I wanna go


Kinkaku-ji, Kyoto

honesty and friendship

Na época do colegial (ou ensino médio. me deixem), eu tinha uma amiga muito querida e muito próxima. Fora da escola, passávamos horas ao telefone, ou batendo perna ou fazendo qualquer coisa juntas. Brigávamos bastante também. Vez ou outra ficávamos algum tempo sem olhar na cara uma da outra. Mas acho que era isso que fazia a nossa amizade tão legal. A gente tinha liberdade pra falar o que pensava, mesmo que isso magoasse a outra pessoa. Porque sabíamos que, uma hora ou outra, estaríamos juntas de novo. Foi uma época bem legal.

Há um tempinho atrás, pouco depois da morte da minha mãe, ela entrou em contato comigo através de uma rede social. Fui ler a mensagem toda contente, achando que ela queria marcar um dia pra gente se encontrar, conversar um pouco e tals. O recado dela era mais ou menos assim: 'oi. tudo bem? tô terminando um trabalho de conclusão e queria saber se vc pode dar uma olhada no português, ver se está tudo certinho. saudades. fulana'.

Olha, te dizê que, na hora, fiquei decepcionada e com raiva. Fiquei puta da vida que ela, que sabia da história da doença da minha mãe, nunca tinha se preocupado em ligar pra saber como eu estava e que, do nada, aparece pedindo um favor.

Só depois da terapia é que consegui deixar a mágoa de lado e entender melhor a situação. Na verdade minha raiva não era da amiga, era do fato dela ter podido ter uma vida normal, com preocupações normais, enquanto eu estava lidando com todas as implicações do pior momento da minha vida.

Durante toda aquela época, eu me recusei (o máximo que pude) a parecer a coitadinha cuja mãe estava morrendo e cuja vida estava em pausa por conta disso. Foi a minha maneira de lutar contra a batalha que eu sabia que já estava perdida. Fiz de tudo para tentar manter meu dia-a-dia, me agarrei ao cotidiano prático pra esquecer da dor e do desespero, que passaram a ser tão comuns quanto acordar ou tomar banho. Aceitei as dores dessa escolha porque acreditava que se deixasse a realidade tomar conta, não aguentaria e cederia. E aí eu seria um problema a mais pro meu marido, que me ajudou tanto, e que acabou se transformando no principal motivo de eu continuar lutando.

Apesar de me esforçar pra não transparecer, eram comuns as crises de autopiedade. E nesses momentos insanos, eu costumava remoer a distância de alguns amigos, e acreditava que, se não estivessem ao meu lado, sofrendo e chorando comigo, não eram amigos de verdade. Quanta incoerência, meu D'us... Ora, se eu posava de forte, por que plêuras eu queria que todos cuidassem de mim?

Só depois, com a terapia, é que entendi melhor o que acontecia. E pude entender também que, quando decidi bancar a durona, foi o mesmo que colar um bilhete na minha testa onde estava escrito: 'isso? ah, não se preocupe. está tudo sob controle. vamos falar de outras coisas'. Como poderia cobrar algo dos meus amigos se eu mesma fazia questão de dizer que estava 'tudo bem'?

A questão toda é que não estava. Eu estava um caco, um lixo, e precisava desse apoio. Mas achei, em toda a minha ignorância, que se eu evitasse falar da dor, ela iria embora. Foi um de meus maiores erros, e me custou a solidão de um sofrimento que tomei só pra mim e a desaprovação de alguns, que acharam que eu não estava dando a mínima para o que estava acontecendo.

Percebi, então, que minha amiga do colégio (a quem não avisei sobre a morte da minha mãe, aliás) estava fazendo exatamente o que pedi que ela fizesse, ela estava 'falando de outras coisas'.

E vi que preciso ser mais honesta com as pessoas que são importantes pra mim. Porque se tivesse sido mais verdadeira sobre o que estava sentindo, teria o carinho e apoio delas e seria um pouco menos doloroso passar por tudo aquilo.

O bom é que tive a chance de aprender. O desafio agora é levar o ensinamento adiante, mas, pelo menos, sei que tenho bons amigos que me ajudarão, caso eu precise e seja honesta o suficiente para pedir isso a eles.

being silly and happy

No início da semana , marido e eu comemoramos 3 anos de casamento. Fomos jantar em um restaurante mexicano bem legal e que fica perto de casa, o Don Pancho. Ambiente super gostoso, atendimento de primeira e uma comida deliciosa. Pedimos uma espécie de 'rodízio' da casa, que inclui três rodadas de pratos variados. Achamos que seria uma boa para conhecer melhor a culinária. E acertamos. Na medida certa, não voltamos pra casa nos sentindo à beira de uma explosão e também não ficamos com aquela sensação de que caberia algo mais. Fico devendo boas fotos porque esqueci meu celular em casa e as que tiramos com o telefone do marido não ficaram tão boas por causa da luz indireta do ambiente. Super recomendo o lugar, que tem um preço bem justo.

Nos outros dias, saí do trabalho no horário certo (e não fiquei adiantando nada pro dia seguinte até às 22h) e fiquei em casa, vendo séries e relendo Harry Potter and the Deathly Hallows. Sim, porque quero ter todos os detalhes bem recentes na memória e aproveitar o máximo desse último filme da série. Alguns amigos não se empolgaram muito com o final dos livros, mas eu gostei bastante. E tô meio triste com a chegada da última oportunidade de ouvir a musiquinha que acompanha o símbolo da Warner no início dos filmes.

Olha, desde o primeiro filme eu sinto um nó na garganta quando a cena começa. Não é todo mundo que consegue entender esse tipo de coisa, só quem, de alguma maneira, tem algo a agradecer à série e a J.K.Rowling. E eu tenho muita coisa. A principal delas: amigas queridas que conheci graças aos livros e que, hoje, são como irmãs pra mim. Com certeza minha vida seria mais triste e bem menos interessante se não tivesse, lá em 2000, visto aquele anúncio pequeninho nas dicas de novos livros da Folha e me interessado pela história do garotinho que levava uma vida horrorosa mas que acabou descobrindo pertencer a outro mundo, um lugar mágico onde tudo, apesar dos problemas, fazia muito mais sentido pra ele.

Essa semana também o marido me deu de presente uma coisa bem legal. Quem tem mais de 30 anos pode, talvez, se lembrar de um álbum de figurinhas que foi vendido lááááá na década de 80 e que tinha um monte de figurinhas com bichinhos fofos e frases bestas e cobertas de açúcar. Pois é. O álbum foi relançado e o marido, que sabia que eu adorava aquelas imagenzinhas melosas, me deu de presente junto com uma quantidade absurda de pacotes de figurinhas. Yay! (como eu sou besta, meu D'us). Ontem terminei de colá-las e agora tô num dilema quanto às repetidas. Porque, olha: beeem difícil de eu encontrar outra pessoa que está colecionando pra trocar as delas pelas minhas, né? Vou continuar comprando os pacotinhos e, quando chegar na fase de faltar aquelas que realmente parecem terem sido impressas em menor quantidade, vou comprar o que falta diretor da editora. Acho que a interação que esses álbuns costumavam oferecer ficou pra trás bem uns 20 anos.

Fico feliz de perceber que posso encontrar felicidade em coisas tão bestas quanto um álbum de figurinhas ou uma série de livros infanto-juvenis. Imagina que complicado seria descobrir que só poderia estar feliz dirigindo uma BMW ou hospedada em um hotel chiquéééérrimo de Nova Iorque? Não que essas cosias não pudessem me deixar contente. Mas sou tão preguiçosa que, no meio do caminho e do esforço absurdo de chegar lá, eu já teria desistido e me condenado à infelicidade da não-realização.

Tão bom ser besta quando se é preguiçosa.

places I wanna go

Hungria

Vista do rio Danúbio, em Budapeste.

favorite song these days

truly great friends

How much am I worth

Não ter dinheiro é uma droga. Não falo sobre ter esquecido de levar seu cartão ou algum dinheiro na carteira quando você acha uma coisa legal pra comprar. Ou ainda sobre não conseguir comprar aquela máquina fotográfica que você está namorando há anos e não teve coragem de pagar por ela (o quê? é difícil dizer adeus, assim, pra R$ 5 mil). Tô falando de trabalhar muito e, ainda assim, não conseguir pagar todas as contas. Isso é bem desanimador.

Aí você se coloca no mercado profissional novamente e descobre que, por pior que seja sua atual remuneração, há muito canalha por aí pagando o salário que você ganhava como estagiária em 2001 para profissionais formados e com anos de experiência.

E vou fazer o quê? Mudar de área? Olha, pensar em começar tudo de novo, do zero, é pior que olhar pro meu holerite (aplausos pra mim, que estou usando, pela primeira vez na vida, essa palavra) todo final de mês.

Assim, decidi aquietar minha periquita e 'try to enjoy the moment' enquanto procuro um emprego legal. Olha, nem me esforço mais em conseguir o salário que realmente acho que meu trabalho vale, mas um pouco mais do que ganho hoje com mais oportunidades de crescimento (profissional e financeiro) já me faria bem feliz.

Eu queria...

...sair do banho com essa aparência.



Marilyn Monroe em 'How to Marry a Millionaire', em 1953

fazendo a faxina e retomando o espaço

Ouch!
Vou ali pegar um espanador, um paninho e um lustra-móveis e já volto.


recarregada

Hoje fomos, marido, cunhados, sobrinho e eu, para a casa da minha sogra, comemorar o Dia das Mães. Achei que seria difícil, mas foi tudo tão divertido e tranquilo que a lembrança da minha mãe e a proximidade do primeiro aniversário de seu falecimento (22/mai) não me corroeram como imaginei que fariam. Yay!

Acordamos cedo e fomos nos encontrar com os cunhados e o sobrinho fofo. O dia tava tão claro e bonito que não tinha mesmo como dar nada errado. O almoço foi preparado pela sogra, que cozinha maravilhosamente bem. Depois comemos churros e aproveitamos para levar o cachorro pra uma volta. Foi um dia bastante interiorano. Tão bom.

A semana tinha sido bem cheia, e a sexta foi particularmente complicada no trabalho. Recebemos a visita de uma autoridade e isso me tomou o dia todo. E a bocó aqui resolveu pagar de mulher bem sucedida e foi trabalhar de salto. No final do dia, mal sentia meus pés. Não fui desenhada para esse acessório, juro. Aliás, sou um modelo bem modesto. Acessórios em geral não fazem muito a minha cabeça. Mas isso é assunto pra outro dia.

No sábado, marido e eu tiramos a tarde (porque, pela manhã, ele está na sinagoga) para colocar Fringe em dia. Muuuito legal. Mas estamos começando a achar que ele tá ficando perigosamente parecido com Lost - nossa maior decepção no mundo das séries. Oremos para que o JJ Abrams tenha aprendido a lição.

Tô querendo dormir cedo hoje, mas não sei se consigo. Ultimamente só durmo depois da meia noite - o que tem feito minhas manhãs especialmente difíceis. Como não costumo beber café, bebo energético. Meu estômago e meu bolso não estão muito satisfeitos.

Passei a semana cantarolando uma música da Jessie J com o B.o.B, Price Tag. Melodia grudenta e batida gostosa. Dá uma olhada:



UPDATE: Acabei de ver o útimo episódio desta temporada de Fringe. Muuito legal. Espero mesmo que os roteiristas não percam a mão.

é hoje!

a culpa é minha

Quem mandou eu abrir meu email do trabalho no meio do feriado (religioso, por sinal)?

Vou reler meu último post e tentar enxergar a situação de uma maneira mais construtiva do que destrutiva. E mais: me controlar para não 'compartilhar' minha fúria com ninguém e, assim, evitar que mais pessoas sejam contaminadas com meu instinto assassino.

D'us me ajude.

trabalho x satisfação pessoal

Finalizar um trabalho difícil sempre é bom, dá aquela sensação de 'me f*di, mas valeu a pena', sabe? Sou jornalista e coordenadora de conteúdo de uma entidade religiosa. Essa entidade, bem tradicional, possui uma revista bimestral. Até ano passado ela era mensal, mas consegui convencer a diretoria de que não tínhamos conteúdo para, todo mês, lançar uma publicação com qualidade. Oras, não adianta eu 'pagar de única entidade com revista mensal', se a tal revista não traz nada de novo ou interessante, né?

Daí que desde o início do ano estamos com uma nova proposta editorial que, até agora, tem agradado. Fico feliz com os comentários e elogios, mas fico chateada por saber que poderíamos fazer muito mais, se não fosse a pressão para agradar uns e outros e a interferência de um alto escalão na produção da revista.

Claro que não escrevo 'sob a orientação' de ninguém, mas ter uma pessoa no seu pescoço perguntando diariamente se as coisas estão a caminho é bastante broxante. Parece que a pessoa não confia, sabe? Que ela precisa se certificar que eu não farei nenhuma besteira. Péééssimo.

Gosto muito de trabalhar nessa entidade. As pessoas com as quais trabalho (no dia-a-dia) são ótimas e o tipo de trabalho que realizo é o que sempre quis fazer como jornalista. Sei que não existe emprego perfeito, mas a questão do 'profissionalismo' sempre pesou muito pra mim. Gosto de trabalhar com bons profissionais, com pessoas com quem posso trocar ideias e ser ouvida. Com quem entende do que está falando. Mas nunca tive essa chance.

Fiz um balanço mental e percebi que sempre lidei com chefes que tinham dinheiro e nenhum conhecimento. Já tive chefes escravocratas, sociapatas, alucinados e malucos. E todos tinham a mesma questão em comum: não entendiam nada (ou quase nada) da área que atuavam. Claro que nunca dava certo: eu falava que 'x' era o correto, e pessoa vinha com: não importa, quero 'y' porque dá mais lucro.

Tô começando a achar que a errada sou eu, que espero demais do trabalho. Devia fazer como uma moça que trabalha no financeiro da entidade onde estou: ela enxerga o emprego como um meio de conseguir dinheiro para pagar as contas. Nada interfere na vida pessoal dela, que chega e sai pontualmente, que não espera da empresa nada além do seu salário.

Vou pensar mais nesse exemplo. Talvez esteja direcionando minha vida pro lado errado. Talvez trabalhar não seja nada além de conseguir dinheiro para ter conforto e acesso à saúde, educação e lazer. Aquela coisa de 'trabalhar para viver e não viver para trabalhar' nunca fez tanto sentido pra mim.

to be free to feel proud of me


Já falei isso quatrocentas milhões de vezes, mas sempre que falo percebo como essa afirmação é importante pra mim: "fazer terapia foi a melhor decisão que tomei". Às vezes a gente acaba se acostumando com a dor, incorporando ela à nossa rotina. E até se esquece de como é melhor viver ser pesos, sem culpas, sem medos.

Meu processo teve início com a morte da minha mãe, há quase um ano atrás. Só quem já perdeu a mãe sabe o que isso significa. No meu caso, a situação foi agravada por uma doença extremamente cruel, que a levou aos poucos durante dois longos anos. Somado a uma condição financeira não muito favorável, o cenário foi bastante complicado.

Pra deixar tudo ainda mais ao estilo Manoel Carlos, a relação que tive com ela não era das mais saudáveis. Ela tinha muitas expectativas quanto a mim, a maioria delas ligada a necessidade que ela tinha que eu fosse uma extensão dela, que agisse e pensasse como ela. Me recusei a não ser eu mesma e acabei sendo, pra ela, uma grande decepção. Eu tentava e tentava agradá-la, mas nunca era suficiente.

Mas quer saber? Me orgulho das decisões que tomei e acredito mesmo que, no final, valeu a pena passar por tudo isso. Me fez um ser humano melhor. Sinceramente, se tivesse cedido à pressão que ela fazia, poderia até ter sua admiração, mas não seria eu mesma, não seria uma pessoa feliz.

A questão toda é que, apesar de conscientemente estar orgulhosa das minhas decisões, ainda tenho que administrar a culpa que acaba me tomando de assalto e me tirando o sono vez ou outra. Um sentimento irreal de que ela morreu e eu nem consegui ser uma 'boa filha' (segundo a opinião dela). Como se eu tivesse alguma responsabilidade pela doença ou por ela não saber lidar com as próprias expectativas.

Demorou mas estou conseguindo me olhar com mais orgulho e dar menos atenção ao que as pessoas pensam sobre a minha vida. Aprender sobre si mesmo dói, mas a sensação é sem igual.

ah, esses ingleses...

there's a fire starting in my heart



viciei no vozeirão da Adele

o problema da lição de casa

Daí que senti vontade de voltar a escrever. Voltar a encher o saco do mundo com minhas considerações nem sempre lógicas ou válidas, mas ainda assim com algum propósito (nem que seja o de evitar um ataque cardíaco em mim). Sim, porque tem tanta coisa acontecendo que às vezes acho que devia haver algum tipo de equação pra dividir melhor a quantidade de 'situações' que cada um pode enfrentar na vida. Dá a impressão que o destino (ou D'us) se comporta como um fedelho de 8 anos que não entende a lição de casa de matemática e decide escrever alguns números no papel e entregar pra professora só pra dizer que não deixou de fazer.

hello?


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